“Diário” de  Um Sítio – A Vida no Campo – 06 – É Tempo de Colher Feijão Guandú

“Diário” de Um Sítio – A Vida no Campo – 06 – É Tempo de Colher Feijão Guandú

“Diário” de Um Sítio – A Vida no Campo – 06 – É Tempo de Colher Feijão Guandú

Com as chuvas,  começamos a preparar a terra para cultivar as plantas de ciclo anual. O arroz é o primeiro da fila. Logo em seguida semeamos milho, junto com girassol e algumas abóboras e mandiocas. O feijão plantaremos daqui a alguns meses para que a colheita seja feita no período mais seco.

Há um feijão, porém, que plantamos o ano passado, aqui no Sítio Duas Cachoeiras, e estamos colhendo suas vagens secas agora. É o feijão guandu, o tal do Cajanus cajan, na sua carteira de identidade científica.

Estamos colhendo as sementes para plantá-las em outra área do sítio. O guandu é excelente planta companheira e adubo verde – um adubo natural e muito diferente dos adubos químicos sintéticos, que são um monte de bolinhas coloridas que fornecem condição artificial de vida para a planta.

Como planta companheira, o guandu perfura as camadas mais compactadas do solo, permitindo que ele receba mais ar e água, e ainda cobre o solo com as folhas que caem dele.

Assim que dá flores, as abelhas as visitam, colhendo o néctar para preparar o mel.

As folhas verdes nós colhemos para fazer um chá que atua como depurativo do sangue.

As vagens, também verdes, colhemos e comemos os grãozinhos como ervilhas brilhantes.

Das vagens secas, separamos os grãos e preparamos uma deliciosa e nutritiva panelada de alimento.

Os grão secos também podem ser torrados no forno. Quando começam a liberar aquele cheirinho de grão torrado, são moídos bem fininhos, no moinho de cereais, e preparados no coador, como uma bebida quente igual ao preparo do café.

Assim, o guandu se transforma em uma bebida quentinha e tônica para tomar pela manhã.
E tem mais. Como adubo verde, o guandu consegue retirar do ar atmosférico o nitrogênio, um dos nutrientes importantes para o crescimento das plantas. Assim, quando o nitrogênio chega até as raízes e encontra a matéria orgânica disponível no solo, interage com os microrganismos e torna o nitrogênio disponível para outras espécies vegetais.

Por isso plantamos, em sistema de rodízio a cada ano, não só o feijão guandu, como também a crotalária, o feijão-de-porco, a mamona, o girassol e outras plantas que também são companheiras e atuam como adubos verdes, levando nutrientes para as plantações que virão a seguir naquela área.

 

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