Tânia Rabello
O Jardim Botânico Araribá (JBA) continua alçando voos internacionais! O projeto de restauração ecológica, que vem sendo desenvolvido há mais de 30 anos no Sítio Duas Cachoeiras (SDC) – onde também fica o JBA, em Amparo (SP) –, foi apresentado no fim de setembro, em um evento de alcance global na África do Sul. Trata-se da 8ª Conferência Mundial de Restauração Ecológica, realizada na Cidade do Cabo, pela Sociedade pela Restauração Ecológica (Society for Ecological Restauration), dos Estados Unidos.
Na ocasião, o secretário-geral do Botanic Gardens Conservation International (BGCI – Londres), Paul Smith, apresentou o trabalho desenvolvido no SDC, que restaurou a mata nativa em mais de 70% de sua área total, ao longo de 32 anos, e, agora, com a parceria do BGCI, está voltado a preservar árvores nativas do Brasil ameaçadas de extinção.
O trabalho do SDC/JBA foi mostrado como um case dentro do painel “Salvando espécies ameaçadas por meio da restauração ecológica”, no qual foram citados exemplos e orientações sobre como salvar espécies vegetais ameaçadas por meio de programas direcionados à recuperação da população dessas espécies em seus biomas.
De acordo com o projeto realizado no JBA, em parceria com o BGCI, “serão desenvolvidos também, ainda em 2019, os protocolos de propagação e o monitoramento de desenvolvimento de cada semente germinada destas espécies ameaçadas”, detalha o educador ambiental e produtor agroecológico Guaraci Diniz – que é presidente do Grupo de Ações e Estudos Ambientais (GAEA), gestor do JBA.
Já nos próximos anos, o objetivo será o enriquecimento das áreas restauradas e protegidas, com plantio de mudas e acompanhamento do seu desenvolvimento por pelo menos 24 meses, tempo suficiente para se ter a certeza de que a planta “vingou” e tem o potencial para seguir sua missão na floresta como uma frondosa árvore. Além disso, serão feitos a coleta e o depósito de sementes dessas espécies em um banco de sementes. “As mudas serão plantadas, além do Jardim Botânico Araribá, em outros jardins botânicos e também em seu ambiente natural em unidades de conservação, como RPPNs e em outras áreas protegidas, para ampliar a abrangência das espécies”, relata Guaraci.
Além da parceria do BGCI, o projeto conta com o financiamento da Franklinia Foudation e da Global Trees Campaign. O BGCI, que já atua em parceria com o maior jardim botânico do mundo, o Royal Botanic Garden, de Londres, “adotou” mais este projeto em terras brasileiras. “O trabalho ganha especial importância se nos lembrarmos que essas espécies estão classificadas, na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), como ameaçadas de extinção”, diz Guaraci.
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