Araribá Jardim Botânico vai ao Quênia participar de projeto sobre biodiversidade

Araribá Jardim Botânico vai ao Quênia participar de projeto sobre biodiversidade

 

 O AJB e representantes de mais 5 países apresentaram à BGCI estudos sobre recomposição florestal e sua eficácia na manutenção da biodiversidade. Objetivo é criar uma certificação que de fato garanta a conservação de biomas
Por: Tânia Rabello

O Jardim Botânico Araribá (JBA) viajou ao Quênia, na África, no mês de janeiro para apresentar os resultados dos testes de avaliação de biodiversidade que fez no Brasil ao longo do ano passado. Os testes integram uma ampla iniciativa promovida e lançada na 26ª Conferência do Clima, em Glasgow, Escócia, pela Botanic Gardens Conservation International (BGCI), instituição fundada no Reino Unido e que reúne jardins botânicos de vários lugares do mundo.
Entre os dias 14 e 21 de janeiro, em Limuru, a 50 km de Nairóbi, capital do Quênia, o AJB participou, com representantes de mais cinco países que compõem a iniciativa “Padrão Global de Biodiversidade”, de reuniões com o BGCI que tiveram como objetivo consolidar os resultados coletados a partir de testes de avaliações de biodiversidade em biomas nos seis países – Brasil, Quênia, Uganda, Índia, Madagascar e Peru.

Esses trabalhos servirão para formatar um padrão confiável e que de fato contribua para manter e estimular a biodiversidade vegetal e animal no Planeta, conta o educador ambiental e diretor do Araribá JB, Guaraci Diniz, que foi ao Quênia, juntamente com Luiz Baqueiro, biólogo, também membro do AJB, para apresentar os dados do levantamento que fez em outros projetos de recomposição ou conservação florestal no bioma Mata Atlântica, em dois Estados do Brasil.
“Unindo todos esses dados, e as características dos vários biomas nos seis países, o BGCI pretende adotar um padrão confiável de biodiversidade, no qual interessados em reflorestar ou conservar áreas de florestas no Planeta possam se basear”, conta Guaraci. Segundo ele, é importante estabelecer um padrão, conforme o bioma, para efetivamente se garantir a biodiversidade florestal, animal e biológica nas florestas, inclusive para se garantir a sua perpetuação.
A BGCI reconhece que há, de fato, uma “rápida expansão dos esquemas de plantio de árvores” no mundo. Mas adverte, porém, que não existe uma preocupação com a biodiversidade nesses plantios. Por isso o Padrão Global de Biodiversidade foi criado: para “interromper essa crise e reconhecer iniciativas que protejam, restaurem e melhorem a biodiversidade, em vez de acelerar o seu declínio”. A iniciativa urge, pois, segundo levantamento da própria BGCI sobre a situação atual das árvores no mundo, uma em cada três espécies de árvores está ameaçada de extinção – ou seja, quase 17.500 espécies correm risco.
No Quênia, reuniram-se os representantes deste projeto do BGCI em cada um dos seis países – no caso do Brasil, o representante é o Araribá Jardim Botânico, em parceria com o Programa Arboreto, do sul da Bahia, que também visitou e verificou o sucesso – ou não – de iniciativas de reflorestamento no Brasil, assim como o AJB. “O projeto pretende garantir que as florestas estejam de fato sendo conservadas e restauradas, contando para isso com o envolvimento das comunidades locais, além da igualdade de gênero”, explica Guaraci.
Além disso, foram discutidos os próximos passos do projeto, como treinamento e formação de novos técnicos dentro do que será o padrão de biodiversidade para cada um dos países.

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