Mais três espécies de árvores ameaçadas de extinção entram em programa preservacionista

Mais três espécies de árvores ameaçadas de extinção entram em programa preservacionista

Os parceiros são o JBA, a Frepesp e o BGCI, com financiamento da Fundação Franklínia. As árvores são jacarandá-da-baía, cedro-do-brejo e jequitibá-rosa

Por Tânia Rabello

Equipe técnica do JBA, JBJ, RPPN Duas Cachoeiras e Frepesp,já iniciando o planejamento.

Três espécies de árvores ameaçadas de extinção – entre elas, o jequitibá rosa, árvore símbolo do Estado de São Paulo, acabaram de entrar em um programa de preservação, do qual o Jardim Botânico Araribá (JBA) é um dos parceiros, juntamente com a Federação das Reservas Ecológicas Particulares do Estado de São Paulo (Frepesp) e o Botanic Gardens Conservation International (BGCI), do Reino Unido, entidade internacional que reúne todos os jardins botânicos do mundo.
Assim, o jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra); o cedro-do-brejo ou cedro-cheiroso (Cedrela odorata) e o jequitibá-rosa (Cariniana legalis), que estão na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), terão sementes coletadas, multiplicadas e as mudas, plantadas em unidades de conservação no Estado paulista.

A ideia, informa o educador ambiental e diretor-geral do JBA, Guaraci M. Diniz Jr., é identificar árvores matrizes dessas três espécies, coletar as sementes, preservá-las em um banco de sementes e, posteriormente, reproduzir 2.500 mudas em viveiros. “Essas mudas, por sua vez, vão ser plantadas em 180 hectares em Reservas Particulares do Patrimônio Natural, ou RPPNs parceiras do projeto”, comenta. “As RPPNs foram escolhidas por serem áreas já protegidas e que têm condições de garantir o desenvolvimento dessas espécies, para serem futuras matrizes fornecedoras de sementes para multiplicação maior ainda dessas árvores em seu habitat original.”
Além do JBA, do BGCI e da Frepesp, parceiros colaboradores vão contribuir, entre outras funções, com a coleta e o fornecimento de sementes, o viveiro de mudas e área para plantio definitivo. São eles: Jardim Botânico de Jundiaí (SP) e mais seis RPPNs paulistas: a Duas Cachoeiras, em Amparo; a Fazenda Serrinha, de Bragança Paulista; a Estância Jatobá, de Holambra; a Amadeu Botelho, de Jaú; a Porto do Ifé, de Colômbia, e a Renópolis, de Espírito Santo do Pinhal. Além delas, os viveiros Ambiental Mudas e  viveiro Oiti.
RPPN Duas Cachoeiras, Amparo - SPA presidente da Frepesp, Cybele Silva, detalha que o projeto terá duração de três anos. “No primeiro ano, será feita a coleta de sementes em árvores matrizes e o plantio em viveiros”, informa, e continua: “No segundo ano, o plantio das mudas será feito nas RPPNs. Além disso, haverá monitoramento do projeto por meio de relatórios”, detalha. “Por fim, no terceiro ano, serão elaborados boletins com informações básicas sobre como coletar, armazenar, fazer germinar as sementes e produzir as mudas.” Já o BGCI, que também é parceiro desse projeto, terá como missão fazer a capacitação técnica para conservação e propagação das sementes.
Guaraci complementa: “Também está previsto, em todas as atividades, o envolvimento da comunidade local por meio de escolas das regiões onde se situam os parceiros do projeto. A ideia é contribuir para a conscientização e educação ambiental para a preservação das florestas”.

O projeto do JBA/Frepesp/BGCI de preservação dessas três espécies de árvores é financiado pela Fundação Franklinia, com sede na Suíça e foi selecionado entre vários projetos do mundo todo. A Fundação Franklinia se concentra em apoiar o resgate e a preservação de árvores ameaçadas de extinção no planeta.
Recentemente, a F. Franklinia também financiou outro projeto do JBA, igualmente em parceria com o BGCI, de preservação de quatro espécies de árvores, que está em pleno andamento. As árvores são o pau-brasil (Paubrasilia echinata), cedro rosa (Cedrela fissilis), ipê felpudo (Zeyheria tuberculosa) e tataré (Chloroleucon tortum).

***Foto da capa acima – RPPN Amadeu Botelho, Jaú-SP

 

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