As Borboletas e as Mariposas !!!

As Borboletas e as Mariposas !!!

Quem é Borboleta e quem é Mariposa ?!!?

É encantador o colorido desses seres alados, mas também nos deixam muito curiosos… borboleta ou mariposa? Quanto tempo vivem… o que comem?? Patricia Gueratto, bióloga formada pela Unicamp, e atualmente concluindo o doutorado em ecologia e também pelo Museu de História Natural de Paris, nos esclareceu sobre alguma destas curiosidades sobre estes insetos no texto a seguir:

 

 

 

 

Patricia Gueratto – Bióloga

“As borboletas são um dos grupos de insetos mais chamativos, em parte devido a coloração de suas asas, mas também devido a facilidade de observá-las, uma vez que a maioria das espécies voa e está ativa durante o dia. Elas, junto com as mariposas, pertencem a ordem Lepidoptera, cujo nome tem origem nas palavras gregas “lepis”, que significa escamas, e “pteron” (asas). Logo, são insetos que apresentam ‘asas com escamas’. A coloração e o modo que as escamas refletem a luz são os responsáveis pela grande diversidade de cores nos lepidópteros. As borboletas se diferem das mariposas principalmente no formato das antenas. Enquanto as mariposas apresentam antenas de diferentes formas, as antenas de borboletas vão sempre ter uma dilatação na extremidade (como se fosse uma “bolinha” no final da antena).

As borboletas sofrem transformações ao longo da vida, que são chamadas de metamorfose. Desde o nascimento até atingir o estágio adulto, elas passam por quatro fases: ovo, larva, pupa, e a fase adulta. Na fase larval, as borboletas são popularmente conhecidas por lagartas e se alimentam de folhas, caules ou flores da sua planta hospedeira, que são diferentes de espécie para espécie. As larvas de mariposas são chamadas também de taturanas, por muitas vezes apresentarem pelos urticantes.  Algumas larvas de lepidópteros podem ser muito especialistas, se alimentando apenas de uma espécie de planta. Outras podem ser mais generalistas, se alimentando de diversas espécies de plantas. Nessa fase, as larvas precisam de muito alimento para poderem armazenar energia. Por isso, muitas são consideradas pragas, por causarem danos severos as plantações. As larvas de lepidópteros, assim como os adultos, possuem diferentes cores: podem ser verdes ou marrons, o que ajuda na camuflagem entre as plantas e diminui a atenção dos predadores, ou podem também apresentar cores chamativas, como o vermelho e o amarelo, o que pode ser uma indicação da sua toxicidade (são venenosas para o predador).

Após se alimentarem, crescerem e atingirem um determinado tamanho, as larvas param de se alimentar e se transformam em pupa, fase também conhecida como crisálida ou casulo.

 

O  casulo, na realidade, é a “casinha” formada pela lagarta com folhas ou com seda, onde ela se abrigará até estar pronta para o estágio adulto, e é construído pelas mariposas. A pupa, a qual é o indivíduo em si, pode ficar suspensa em um galho, ou enterrada no solo. Células especiais vão então formar as asas e corpo do adulto, que, quando estiver pronto, emergirá na fase alada e reprodutiva. Assim que emerge, ou sai da pupa, o lepidóptero adulto aguarda um período até que as asas sequem e endureçam.

Uma vez pronto para voar, sai em busca de alimento e outros adultos para poderem se   acasalar.

O tempo de vida do adulto pode variar muito, desde poucos dias até mais de seis  meses, e em geral depende do tipo de alimento que o adulto consome. Em algumas espécies, os adultos se alimentam de frutos em decomposição, mais nutritivo do que o néctar de flores, e por isso podem ter maior expetativa de vida.

A distância percorrida pelas borboletas também varia: algumas espécies migratórias podem percorrer longas distâncias, como a famosa borboleta Monarca; já outras permanecem defendendo seus territórios e percorrem pequenas distâncias. As condições climáticas como temperatura e umidade influenciam diretamente o desenvolvimento das borboletas, a quantidade e a diversidade de espécies presentes em um determinado local: em uma pequena área de floresta tropical, é possível encontrar até 600 espécies de borboletas; já em toda a Inglaterra, um país mais frio localizado na zona temperada da Terra, há apenas 59 espécies. Além disso, as condições do clima influenciam também diretamente a atividade dos adultos: em dias ensolarados e quentes, é mais comum ver os adultos voando do que em dias frios e chuvosos.

O número de espécies e indivíduos de borboletas varia também entre as estações chuvosa e seca, acompanhando a variação da disponibilidade de recursos em cada local. Essa variação na diversidade de borboletas está intimamente relacionada com as alterações da vegetação ao longo do ano, uma vez que folhas, flores e frutos servem de alimento nas diferentes fases da vida de uma borboleta.”

Patricia coletou nas áreas da reserva ecológica RPPN Duas Cachoeiras e do Araribá Jardim Botânico diversas borboletas para identificação e soltura. estes trabalhos de pesquisa nos ajudam a conhecer o grau de preservação da área e também entender as dinâmicas das funções ecológicas de cada ser dentro do ecossistema.

 

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