Visita da Fundação Franklinia ao Araribá completa ciclo de ações do projeto de conservação da flora nativa

Visita da Fundação Franklinia ao Araribá completa ciclo de ações do projeto de conservação da flora nativa

Três espécies de árvores da Mata Atlântica ameaçadas de extinção foram alvo da iniciativa, implementada num período de 3 anos e financiada pela instituição suíça

Por Tânia Rabello

Em setembro de 2022, o Araribá Jardim Botânico, em Amparo (SP), recebeu  o diretor-geral da Fundação Franklinia, Jean-Christophe Vié, vindo de Genebra, Suíça. Essa instituição financiou um projeto, criado e realizado pelo Araribá, de multiplicação e conservação de três espécies de árvores nativas da Mata Atlântica ameaçadas de extinção.

O projeto foi aprovado em 2019, começou em 2020 e, dois anos depois, 2.500mudas já estavam plantadas em seis reservas  florestais no Estado de São Paulo, condizentes com o bioma nas quais essas espécies se desenvolvem, a floresta estacional semidecídua, na Mata Atlântica. Jean-Christophe pôde visitar essas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e conferir a execução e o bom desenvolvimento das mudas de jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra), jequitibá-rosa (Cariniana legalis), cedro-do-brejo (Cedrela odorata).

A visita do representante da Franklinia estava inicialmente prevista para 2020, mas, com a chegada da pandemia de covid-19 ao Brasil, teve de ser adiada.  De todo modo, a fundação não deixou de acompanhar o  andamento do projeto e, no dia 19 de  outubro de 2020, uma reunião virtual com os participantes da iniciativa no Brasil foi realizada. Já naquela ocasião, Jean-Christophe mostrou-se “bastante satisfeito” com o que foi apresentado.

Em 2022, com a visita presencial, Jean-Christophe pôde ver in loco o bom desenvolvimento das mudas plantadas e o firme compromisso dos proprietários da RPPNs com o cuidado e a manutenção dessas plantas. Ao todo, 180 hectares nessas áreas de conservação foram reservadas para o projeto, do qual participam a RPPN Duas Cachoeiras, em Amparo; a RPPN Fazenda Serrinha, em Bragança Paulista; a RPPN Estância Jatobá, em Holambra; a RPPN Amadeu Botelho, em Jaú; a RPPN Porto do Ifé, em Colômbia, e a RPPN Renópolis, de Espírito Santo do Pinhal.

Segundo o educador ambiental Guaraci Diniz, diretor-geral do Araribá Jardim Botânico, Jean-Christophe ficou bem impressionado, também, com a diversidade dessas áreas distribuídas pelo Estado de São Paulo e as diferentes atividades econômicas e socioambientais que nelas são desenvolvidas, em harmonia, e que ainda garantem recursos para a manutenção das RPPNs.

Outra vertente do projeto é a educação ambiental, que envolve escolas públicas nas regiões onde estão sediadas as RPPNs. Cerca de mil alunos e seus familiares visitaram essas áreas de conservação, plantaram mudas e desenvolveram, posteriormente, trabalhos escolares que estimulavam a conscientização sobre a necessidade de conservar a mata nativa para as gerações futuras e minimizar os efeitos do aquecimento global, entre outros benefícios socioambientais. Jean-Christophe também pôde ver os resultados desses trabalhos.

O projeto se encerra em março de 2023, mas as mudas seguem sendo monitoradas e cuidadas. Em cerca de 10 a 15 anos, já adultas, vão se transformar em árvores-matrizes, fornecedoras de sementes para multiplicação das respectivas espécies, o que contribuirá para tirá-las da lista do risco de extinção.

Diniz ressalta ainda que, embora este projeto esteja se encerrando em breve, estas áreas onde foram plantadas as árvores, forma incluídas no projeto, financiado pelo BGCI, da rede de troca de sementes da Aliança Brasileira de Jardins Botânicos e também já estão coletando sementes de outras matrizes, e enviando aos bancos de smentes.  E há outros projetos já formatados e sendo encaminhados para possíveis novos financiadores, “com o objetivo de minimizar o risco de extinção de árvores da Mata Atlântica e conservar a flora nativa”.

 

 

 

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